Aconteceu nessa sexta-feira (29.set.2023) no plenário da Câmara Municipal de Mogeiro – PB, o julgamento das contas do ex-prefeito Alberto Ferreira referente ao exercício de 2018, que foram rejeitadas por unanimidade pelos membros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba – TCE/PB, e condenaram o ex-gestor em R$ 112.886,19.
A Comissão de Finanças Orçamento e Fiscalização da Câmara de Mogeiro, formada por Luciano Domingues (Presidente), Maria Inês (Relatora) e Branco do Sindicato (Membro). Decidiram por unanimidade acompanhar o parecer do Tribunal, portanto, reprovando as contas do ex-gestor.
Ao fazer uso da palavra, o senhor Artur que foi o contador do ex-prefeito durante a sua gestão, alegou que ao assumir os destinos do município em janeiro de 2017, Alberto Ferreira não encontrou na conta da prefeitura, o valor de aproximadamente 113 mil reais que constava como deixado pelo ex-prefeito Antônio Ferreira na época. Artur alegou ainda que Alberto fez um empréstimo desse valor junto à Caixa Econômica Federal, para repor esse dinheiro aos cofres do município que não foi deixado pelo seu antecessor seu tio Antônio Ferreira.
O resultado da votação em plenário foi de 6 votos favoráveis à aprovação das contas do ex-gestor Alberto Ferreira. Votaram pela aprovação das contas os vereadores Biu de Dão (PL), Edmo Guerreiro (Solidariedade), Zé de Taciana (PL), Cynara (União Brasil), Léo Pinto (Cidadania) e Ediberto (União Brasil). Já pela reprovação, portanto acompanhando o relatório do TCE, os vereadores Maria Inês (PROS), Branco do Sindicato (PDT) e Luciano Domingos (Cidadania).
Alguns fatos curiosos ocorreram no plenário da Casa Severino da Silva Lira, senão vejamos:
Ediberto que é da atual oposição, e em toda a sua trajetória como vereador, nunca havia votado contra o parecer do TCE pela reprovação de contas, dessa vez mudou de opinião e votou favorável ao ex-prefeito. Votaram também a favor da aprovação das contas do ex-gestor, os vereadores Biu de Dão, Edmo Guerreiro e Zé de Taciana que são da base do atual prefeito Antônio Ferreira, inclusive alguns são do mesmo partido político.
Algumas indagações são inevitáveis de se fazer:
Porque o ex-prefeito Alberto Ferreira, ao perceber que não constava em caixa o valor de 113 mil declarado pelo ex-prefeito na época, não comunicou ao Ministério Público tal fato? Será que Biu de Dão e Zé de Taciana que são do mesmo partido do prefeito, sofrerão punições por terem votado favorável à aprovação das contas? Todos os vereadores aliados do prefeito Antônio Ferreira, tem alguns cargos para seus cabos eleitorais/eleitores na prefeitura. Eles serão destituídos das suas funções pela rebeldia dos vereadores? Será que houve algum acordo, e o ex-prefeito Alberto Ferreira vai manter a sua pré-candidatura a prefeito para a eleição 2024 pela oposição, até a última hora da convenção, e depois retirar a sua candidatura para apoiar o atual prefeito Antônio Ferreira?
É preciso a população de Mogeiro ficar atenta até o dia das próximas eleições (outubro 2024), porque algumas dessas perguntas poderão ser respondidas com gestos concretos já a partir da próxima semana. Se nada acontecer e tudo continuar como está, isso é um sinal de que tudo não passou de uma encenação. Agora só nos resta aguardar.
Carlão Mélo