A cada ano esse mesmo ritual se repete. A chegada do mês de dezembro, desperta em muitas pessoas os mais variados sentimentos que vão desde a angústia, a ansiedade, a tristeza, a depressão e a euforia entre outros. Afora às expectativas de um novo ano.
Na verdade, o novo ano não é tão novo assim, o que muda é o fechamento de um ciclo de doze messes e o início de outro. E por isso, o comportamento dos seres humanos acaba por vezes se repetindo, tanto compulsivamente, quanto em voltarem a tomar conta da vida dos outros e esquecendo-se da sua.
Na minha opinião o 31 de dezembro para 1 de janeiro, é o mesmo que 31 de janeiro para 1 de fevereiro. Porque a mudança está dentro de você. A mudança está nas suas atitudes humanas, na maneira de como você enxerga o seu próximo. Na maneira como você trata as pessoas, não somente aquelas que estão ao seu redor, mas principalmente as que mais necessitam de amor, carinho, afeto e principalmente as que vivem em condições sub-humanas e em vulnerabilidade social. E aí não me venha dizer que isso é obrigação somente dos governantes, porque é de todos nós.
Fundamentalmente, somos todos iguais, seres humanos frágeis e extremamente necessitados. Logo cedo percebemos que sozinho não conseguimos sobreviver, mas muitos insistem em derrubar o outro para ser o primeiro. É pela força do grupo que o homem consegue se estabelecer na natureza ou mesmo em instituições. Sozinhos com certeza seremos facilmente abatidos.
Por outro lado, nos tempos atuais de sociedade competitiva, a busca por resultados rápidos e a sobrevivência dos mais aptos, favorecem e incrementam o narcisismo. Apesar de estarmos num mundo altamente conectado, vivemos num mundo solitário. Mensagens rápidas e superficiais on-line, falta de tempo, pouco convívio, pressa e outros fatores não permitem uma troca de afetos entre os seres humanos.
Não é a virada do ANO NOVO, que vai fazer de você um convertido e sair espalhando bondade e perdão para todos. Faça isto o ano inteiro, e assim, certamente você terá transformado o ambiente onde vive ou trabalha, em um lugar melhor. Não há um tempo específico para ser bom. A transformação é preciso vir de dentro, de verdade. Se você é amigo, seja amigo de verdade. Não tem problema nenhum em não gostar de alguém, desde que você tenha a clareza e a elegância suficiente para ser maior que essa situação e não atrapalhar a vida do seu desafeto.
Não condene uma pessoa pelo modo como ela vive. Se quer seguir os ensinamentos do Cristo, comece por aquele que diz: “Se você não tem pecado, que atire a primeira pedra”. Não é o fim do ano que vai fazer você bonzinho. Você precisa aos poucos, se tornar um ser humano melhor, e isso não se faz apenas com a passagem de um Natal, um Ano Novo. Isto é um processo que acontece diuturnamente.
Carlão Mélo
